História de vida: Alzira Becker

Alzira conserva seu amor pelas flores de todas as espécies

Alzira Conceição de Oliveira Becker, 65 anos, natural de Osório é casada com Oli Becker. O casal tem quatro filhos: Gisele e Gelson que vivem em Porto Alegre e Gilson e Gislene que moram em Osório e os netos Carolina, Mariana, Luiza e o Frederico.

Nascida em Capão da Areia lembra de todas as fases de sua vida. Quando criança, teve a vida de interior, saudável e feliz. Para estudar viajava de ônibus até Osório, enfrentava chuva e o vento minuano.

Estudou na Escola Rural e formou-se como professora rural. Trabalhou no interior de Torres na comunidade de São Brás e em Itati. Após casar, passou a lecionar em Tramandaí e posterior a isso, mesmo gostando do magistério e adorando criança, deixou o magistério para se dedicar ao papel de mãe. “Hoje tudo é diferente. O nascimento da primeira sobrinha neta, foi uma oportunidade para trocarmos ideias sobre a criação dos filhos. As mães da minha geração tinham parto em casa com a presença dos pais. A minha geração, realizou partos nos hospitais, num ambiente vazio, com o barulho dos equipamentos médicos e atualmente os partos são assistidos pelos maridos. Houve muita mudança”, destaca Alzira.

A educação dos seus filhos ocorreu de forma tranqüila, o comércio era menor, a divulgação na TV também era mais restrita. Hoje, as crianças estão à nossa frente. A educação está diferente. Seus quatro filhos saíram de casa cedo para estudar. Hoje todos têm curso superior.

A vida de Alzira era tranquila e saudável e há dois anos descobriu câncer de mama durante uma consulta. Foi um susto, mas durante o tratamento teve o acompanhamento da família. Em 20 dias após a cirurgia, já estava fazendo sessões de quimioterapia. Foi uma fase tão delicada e sofrida, que sequer lembra da comemoração do seu aniversário de 2008.

“Morri e nasci de novo. Hoje, meu conceitos são diferentes. A vida era correria, cumpria compromissos, hoje faço as coisas por prazer. Sempre vi minha vida, dia após dia. Muitas vezes agradeci a Deus chorando ou orando o Pai Nosso. Tinha muita dor física e emocional. É muito difícil, só quem passa por isso para saber”.

Fez book fotográfico durante a doença com cabelos brancos e curtos. Isso é motivo de orgulho. Eleva sua autoestima quando olha as fotos e sabe que já passou por tudo isso. Não gosta das perucas que usava quando doente e acabou doando juntamente com os lenços que usava na cabeça para o Instituto IMAMA de Porto Alegre, onde ainda faz acompanhamento da sua saúde.

Em 2009, fez uma comemoração de agradecimento, ganhou muda de flores que significam vida e brinquedos que doou para uma creche. Em 2010, realizou uma festa para 65 convidados, o presente foi à presença de cada um e a lembrança uma flor, que se transformou num buquê, que foi usado para um book fotográfico. Seu aniversário tem bolo com vela que significa a luz de Deus, mas não o ‘parabéns pra você’. Não gosto disso”, revela.

Sua vida, após o câncer de mama, é sua prioridade atual. Faz ginástica, terapia, massagem, fisioterapia. Seu propósito em 2010 é estar mais perto dos netos.

A mulher que sempre esteve envolvida com ações sociais gosta muito de fotos e de flores. Em dezembro de 2009, fez uma cirurgia de implante dentário para dar muitas gargalhadas e viver intensamente. Sua frase hoje é: “A vida só é entendida se você olhar para trás. E só é vivida se olhar para frente.”

Publicado no Jornal Revisão – Edição 1096 – no Espaço do leitor Texto:  Eliana Ramos – Foto: Sergio J. Trespach

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